domingo, 11 de fevereiro de 2024

A minha porta permanece aberta

Custa-me que estejas sempre tão perto e, ao mesmo tempo, tão longe. Sinto tanto, e sinto-te a ti tanto, mas nunca te consigo alcançar. Isso custa. Porque não me sais da cabeça. És como um disco riscado que se vai repetindo; como o presente que eu mais quero, mas que o dinheiro nunca vai comprar. Podia comparar-te a milhares de situações. Porque me lembro de ti, em constante, e vejo-te de tantas formas diferentes. Quero-te mais um bocadinho todos os dias; apesar de saber o mal que tudo isto me faz. Apesar de saber que alimentar-te e alimentar este sentimento, mesmo que inconscientemente, destrói-me por dentro. Mas é mais forte que eu. És mais forte que eu; levas-me a frente como uma rajada de vento. Levas-me para onde queres e eu fico-me, em silêncio - sem to querer confessar, mas à espera de ti. Enquanto te escrevo tudo isto, reconheço que as minhas palavras já não são como eram. Já não conto as histórias que a minha cabeça cria, enquanto pensa em ti, porque já não as consigo verbalizar. Às vezes, temo que a distância a que estás tenha sido, em parte, criada por mim. Por tudo o que ambiciono; por tudo o que isso pode representar e assustar do teu lado. Acho que, por esse motivo, nos dias que correm escolho em alternativa escrever sobre a dispersão de emoções que me passa pela alma. Escolho gostar de ti como se o meu coração estivesse cheio, porque deixei de conseguir não gostar de ti. Acho que, em parte, tudo isto se torna evidente pelo que te confesso. Porque não te consigo esconder nada. Nem te quero esconder nada. 

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