domingo, 31 de dezembro de 2023

Please let me know

Sempre que escrevo tento reinventar-me. A mim, às minhas palavras ou à forma como elas representam os sentimentos que me assolam a alma. Gosto de usar metáforas para expressar tudo isto; assim como gosto, também, de expor os sentimentos como eles são - de forma nua e crua. Sinto que, ao longo do tempo, vou por isso variando as inúmeras formas como te confesso o meu amor e a saudade que me tira o ar. Permito-me a sonhar contigo, para te conseguir demonstrar a forma como sempre me pareceu que tudo se encaixa. E, de todas vezes, sei que me pergunto se será a última vez que te escrevo. Com todos estes secretismos. Sem usar o teu nome; ou sem te poder dizer ao ouvido todas estas palavras. De todas as vezes, pergunto-me se é o meu amor que é insuficiente, ou se é a tua realidade que te é suficiente demais. E por equacionar a resposta que me darias - ou que sei que projetas na tua mente -, surgem-me uma multiplicidade de outras perguntas diferentes. A maior de todas resume-se a continuar sem compreender o porquê de, ante tudo o que de platónico este amor tem (pelo menos, assim o é na tua visão), ele continuar a aguentar-se e a ser alimentado. Acho que, por isso, acabo a perguntar-me, com grande regularidade, como seria a vida se vivêssemos a 20 minutos uma da outra. Porque, no fim do dia, não sei ao que se resume ou se deve o enorme espaço que separa os nossos dois mundos. Se somos nós, que não queremos estar verdadeiramente aqui, apesar de gostarmos de “brincar” às palavras. Ou se, afinal, tudo se resume à distância que nos separa e ao facto de ela me deixar sempre em desigualdade de armas. Informa-me se souberes a resposta. 

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