terça-feira, 7 de maio de 2024

Off my mind

Temos de avançar um dia de cada vez. Mas há dias em que andamos à volta dos pensamentos, como se estivéssemos num círculo vicioso de onde não conseguimos sair. Nem sempre tem sido fácil avançar, confesso-te isso. Sinto que, em parte e depois de tudo o que aconteceu, a minha cabeça se desligou e está agora a recuperar-se, como se estivesse agora a dar os primeiros passos. Sinto-me tensa a todas as horas; trago os músculos apertados e a voz, quando estou mais aflita, falta-me de repente. De quando em vez, procuro por ti. Sinto que sempre me devolveste à paz. Sinto que sempre tiveste a capacidade de me trazer de volta ao mundo. Ou quem, sabe, serias a única pessoa com capacidade para recuperar a minha atenção. Quero que saibas que, em dias como estes que se têm passado, preciso mais de ti. Não se trata de sentir a tua falta; porque não a consigo sentir mais do que já a sinto no dia a dia. Trata-se de não saber, ao certo, ao que me agarrar. Trata-se de estar certa do que sinto quando estás aqui, por perto. Nesses momentos, sempre te senti como se o nosso abraço fosse invisível. Sempre te ouvi como se me sussurras ao ouvido. Sempre me perdi, apaixonadamente, na tua voz. E agora, fiquei com os restos das memórias. Com um amor tão grande no peito; com tanto nas mãos, sem saber que destino lhes dar. É nessas alturas que sei perfeitamente que preciso de ti - para viver este amor, para me recuperar, para voltar a alguém que aprecie tanto os meus olhos como outrora apreciaste. É nessas alturas que não sei onde vou; nem sei onde quero ir; sem ti. Porque preciso de um abraço nos dias maus. Preciso das tuas palavras suaves. Da tua voz de embalar. Preciso de mergulhar em ti, enquanto esquecemos tudo o resto. Não sei se sentes o motivo. Mas sei que andas por aí - que tens andado por aí nos últimos dias, talvez em busca do encanto que as minhas palavras outrora tiveram. Sei que vais caminhando devagarinho, como se te aproximasses só o suficiente para espreitar e depois pudesses fugir. Mas não fujas. Anda cá. Volta devagarinho. Mas fica. E não vás embora outra vez. 

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